sexta-feira, 15 de junho de 2007

A moda nos anos 2000


Os anos 2000 e 2001 trouxeram os anos 80, com pitadas dos anos 50para as vitrines de todo o mundo. Sem mais décadas anteriores para buscar referências, a moda encontra-se em um beco sem saída. A busca pelo novo é uma tendência da atualidade, e é justamente por isso que a todo o momento são realizados concursos de moda, visando descobrir novos talentos.


Se há sorte neste caso, ela repousa no feliz encontro de fatores que concorreram para que a moda feita no Brasil pudesse se emancipar e ser arremessada para além das fronteiras. O descobrimento de modelos brasileiras, como Gisele Bündchen, Caroline Ribeiro e Fernanda Tavares, evidentemente atraiu o olhar estrangeiro sobre o Brasil.


O estabelecimento de um calendário de moda no país para dar uniformidade a iniciativas antes isoladas, a valorização da moda como negócio, a evolução do setor têxtil e a qualidade inquestionável da matéria-prima nacional também têm contribuído para a projeção interna e externa dos estilistas brasileiros. Importante também é a divulgação espontânea de gente influente que simpatiza com as coisas do Brasil. A stylist e editora de moda Isabella Blow, que veio para a oitava edição do Morumbi Fashion, foi tomada de assalto pela contemporaneidade da criação nacional, frustrando a expectativa de encontrar no Brasil nada além de roupas de folclore.


As matérias da jornalista inglesa do Sunday Times terminaram chamando ainda mais a atenção para o Brasil. Em 2000, ela retornou acompanhada de um grupo de jornalistas ingleses e franceses, ávidos em conferir se miss Blow carregou nas tintas ao alardear para a Europa a fecunda criação dos estilistas brasileiros. A partir de então, a história da moda no Brasil nunca mais foi a mesma e os nossos criadores passaram a ter repercussão na imprensa especializada do mundo inteiro. Acabou-se a ilusão de que bom é o que é importado. Finalmente, os criadores nacionais passaram a acreditar no fôlego da identidade brasileira para transpor fronteiras. A cada dia, fica mais remoto o tempo em que o País plagiava a moda européia e norte-americana.


O país do carnaval entra na era do estilo próprio, que se internacionaliza rapidamente, e do profissionalismo, sem o que os ótimos jeans da Ellus, Forum e Zoomp não teriam barrado a invasão de marcas de olho no mercado consumidor nacional, como a Levi’s.

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